Leonardo
e Mocinha
Leonardo
Ferreira da Costa e Souza era o terceiro filho de Barão
de Famalicão, Manoel Ferreira da Costa e Souza. Leonardo teve dois
irmãos: Joaquim e Manoel Ferreira da Costa e Souza Filho (primeiro
filho varão e herdeiro o título de nobresa)
O Barão era casado com Margueritte Theis de Souza, de origem Prussiana
(região incorporada à Alemanha em 1817). Era definida como
uma mulher muito temperamental, meio pirada, casou obrigada, talvez por
problemas politicos da época (desconheço qualquer injunção
politica que o barão pudesse ter...mas, estou repetindo a historia
que me contaram). Viveu muitos anos no Brasil, mais precisamente em Petropolis
e velha, voltou para a Alemanha sem dar uma palavra em portugues, pois
odiava isto aqui. A exemplo da Carlota Joaquina, deve ter jogado fora
os sapatos ao embarcar! Mocinha contava que ela fazia questão de
sacanear as noras brasileiras, e só falava alemão na presença
delas, apesar de entender tudo o que se dizia, ela se recusava a responder-lhes,
mesmo em alemão! Achava que eram subraça. Mocinha tinha
horror dela!
Trouxeram para o Brasil, o primeiro maquinário da primeira fabrica
de gelo construída no país. Tinham também participação
numa fabrica de cerveja. Leonardo, era brasileiro, de Petropolis, oficial
da Marinha e participou da Revolução contra o governo no
inicio de 1900, sendo exilado em Paris. Quando voltou, trouxe uma bailarina
francesa que infernizou a vida da esposa por várias decadas. Ela
morava a dois quarteirões da casa deles na N.S. de Copacabana.
Da janela de casa, Mocinha via Leonardo entrando na casa da amante francesa!
Tadinha! Quanta humilhação! Leonardo presenteava as duas
com joias iguais! Isto foi comprovado quando ele morreu. A francesa mandou
entregar tudo na casa da vovó, quando foi constatada a duplicidade.
Detalhe: estas joias sumiram no tumulto do velorio de Leonardo, que na
época, era realizado em casa. Segundo as más linguas, existe
uma suspeita muito forte, facilmente identificável, de quem ficou
com as jóias. O papo é brabo e cabeludo! Mas, vamos deixar
os mortos em paz!
Leonardo após ser anistiado, voltou da França e
tornou-se próspero comerciante com loja de secos e molhados na
rua da Assembléia, 48. Ele, com os irmãos, fundaram as Casas
Ferreira, que concorriam com o Lidador e a Colombo. Os irmãos compraram
na época da guerra de 1924, uma partida de trigo que chegou estragada,
quando começou a derrocada familiar de grana. Para completar, anos
após, todo dinheiro forte da ocasião, era o marco alemão,
e Leonardo, como era importador/export, transformava todo dinheiro nessa
moeda, não é preciso dizer o que aconteceu... Hitler perdeu
a guerra, o marco alemão despencou e, todo o dinheiro que ele tinha,
virou pó - foi desvalorizado! Mocinha, com lágrimas nos
olhos, contava que ficaram numa penuria de dar dó! Leonardo acabou
infartando de tanto desgosto e desepero de ver a familia neste estado!
Faleceu em 1944.
Naquela época, as mulheres não trabalhavam, e ao ficarem
viúvas, os filhos tinham que ajudar. Mocinha se sentia muito humilhada
de ter que depender dos filhos. Ela dizia às netas para se formarem
e não dependerem de marido ou filhos pois, depender dos outros,
era muito humilhante! Imagine o que não ouvia dos filhos! Contudo
ela conseguia manter a altivez!
Oscarina Chaves de Souza, a Mocinha, era filha de Eliza
Vasconcellos Chaves e Nereu Chaves, um dos fundadores da Light junto com
os canadenses. Nasceu em 02 de fevereiro de 1898 e foi batizada na Igreja
da Candelária em 3 de março de 1898. Era neta do Comendador
Botafogo portugues dono de estancias de gado no Rio Grande do Sul e proprietário
de muitas terras e imóveis, cuja mania era botar fogo nas propriedades.
Era incendiário. Por parte de pai, ela descendia (neta) do fundador
da cidade de Soledade. Ele deixou muitos bens que foram roubados pela
propria familia, tais como, parte da Ilha dos Marinheiros, onde só
existem mansões de alto luxo, terras em Soledade e o predio na
rua principal do Centro de Porto Alegre, onde funciona o GEBOEX. Atualmente,
a familia Chaves, é dona da maior cadeia de hoteis em Porto Alegre,
e cidades da Serra Gaucha. A familia Chaves se uniu a familia Barcellos
e se formou uma das maiores fortunas do RGS. No portão das mansões
da familia, os brasões contem duas chaves cruzadas. Luiz, quando
esteve em Porto Alegre, a mando do Tio Irineu, e sua filha Ana maria,
quando inspecionando obras por lá, constataram que as folhas dos
cartórios de registros de imóveis, onde estavam as escrituras
dos imóveis que pertenceriam à toda família, haviam
sido rasgados na maior cara de pau!
Mocinha foi o terceiro casamento de Leonardo. As irmãs Chaves foram
morrendo de parto e ele casando com a próxima.
Texto
baseado nas informações de Ana Maria
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